Há alguns anos, tive um encontro muito peculiar que mudou a minha vida para sempre. Eu estava caminhando pela praia em uma noite de verão quando vi algo que parecia ser uma estrela cadente caindo abruptamente no mar. Fiquei curioso e decidi me aproximar, mergulhando na água para ver o que era. Para minha surpresa, eu encontrei um pequeno ser verde, com uma cabeça oval e olhos grandes. Era um marciano!

Claro, eu fiquei um pouco assustado no começo, mas aos poucos fui percebendo que ele não me fazia mal. Na verdade, ele parecia tão curioso quanto eu. Ainda assim, tentamos nos comunicar de várias maneiras, gesticulando, apontando para objetos e fazendo sons. Por fim, descobrimos que ele entendia um pouco do que eu falava e, por incrível que pareça, eu também conseguia decifrar o que ele tentava me dizer.

Depois de algumas horas, eu e o marciano nos tornamos amigos, com direito a possíveis apertos de mão (ou pelo menos uma tentativa). Decidi levá-lo para casa comigo, preocupado em mantê-lo seguro e confortável. Será que ele comerá comida terrestre ou terá outra forma de alimentação? Na hora, essas questões me pareceram erradas; eu só estava feliz por ter feito essa nova e inusitada amizade.

Nos primeiros dias seguintes, foi muito difícil entender o que ele queria, pois eu não sabia se suas ações retratavam algo bom ou ruim. Contudo, com o tempo, comecei a entender o que o marciano gostava de fazer e o que ele não gostava. Descobri, por exemplo, que ele adorava ver televisão e que achava os comerciais muito engraçados! Também aprendi que ele não era muito fã de música rock, pois um dia ele tentou tapar seus ouvidos quando eu coloquei uma gravadora de rock pesado.

A partir de então, decidi apresentar minha cidade e algumas de suas peculiaridades ao meu amigo marciano. Apesar das diferenças culturais e linguísticas, nos divertimos muito juntos, rindo e fazendo novas descobertas. Em pouco tempo, ele criou um gosto especial pela comida brasileira, como o feijão preto e a farofa, que eram seus petiscos favoritos.

No entanto, nem todas as aventuras foram tranquilas. Eu percebi que o meu marciano ficava muito triste ao olhar para o céu, como se estivesse com saudades de casa. Eu sabia que ele não pertencia a este mundo e que, cedo ou tarde, ele teria que voltar para casa. Essa ideia começou a me fazer pensar em algumas questões noites a dentro. Enquanto eu comecei a pensar cada vez mais sobre a possibilidade do pouso do Marciano na Terra e do que ele poderia estar fazendo aqui, ele parecia ansioso para conhecer o máximo que conseguisse. Isso aparentemente era algo muito importante para ele.

Mesmo assim, essa amizade durou alguns anos, com muitas aventuras e momentos alegres compartilhados. Mas um dia, meu amigo marciano simplesmente desapareceu, deixando para trás apenas uma nota de despedida. Ele havia decidido partir para casa, sentindo que poderia cooperar com seus aprendizados na terra em prol do seu mundo natal.

Eu nunca mais o vi desde então, mas a nossa amizade permanece tão viva quanto aquele dia na praia, agora como uma das histórias mais especiais que já vivi. Em retrospecto, é incrível ver como duas criaturas tão diferentes conseguiram não apenas se comunicar, mas também se entender e se conectar. Sinto que essa amizade se tornou um símbolo da possibilidade de superar barreiras, qualquer que seja a distância, culturas e línguas. Para mim, o meu marciano favorito sempre será um exemplo de ser humano maravilhoso, de outro planeta é verdade, com uma qualidade difícil de se encontrar em um mundo cada vez mais distante e cheio de conflitos. Aprendi muito com ele e, mesmo que ele esteja longe, ainda guardo lembranças muito intensas e vivas de nossas aventuras juntos.